REDAÇÃO G5
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou que a saída da dependência de longo prazo do Bolsa Família passa pela geração de empregos e pelo incentivo ao empreendedorismo com segurança de permanência no programa. A declaração foi feita durante entrevista ao Poder360, na qual ele detalhou as medidas adotadas pelo governo federal para reduzir a dependência de milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade.
Segundo dados atualizados de fevereiro de 2025, 7 milhões de famílias, o equivalente a 34,1% do total de 20,6 milhões de beneficiários, que estão há 10 anos ou mais no programa. A maior concentração está no Nordeste, com 38,8% dos lares nessa situação, seguido pelas regiões Norte (33,7%), Sul (29,5%), Sudeste (29,1%) e Centro-Oeste (26,9%).
Para enfrentar esse cenário, o governo Lula, por meio do ministério comandado por Dias, aposta em uma série de estratégias, como a “Regra de Proteção“. Essa medida permite que beneficiários que consigam emprego ou aumentem sua renda permaneçam no programa por até 24 meses recebendo 50% do valor do auxílio. Caso percam o emprego nesse período, o retorno ao benefício é automático, sem necessidade de novo cadastro ou espera prolongada.
“Alteramos as regras em 2023, mas ainda há muita gente que não conhece o novo modelo. Agora, o ato de assinar a carteira de trabalho não é mais motivo para perder o benefício. O que queremos é garantir que as pessoas cresçam”, explicou o ministro. Ele destacou ainda que 89% dos empregos com carteira assinada gerados em 2025 foram ocupados por pessoas registradas no Cadastro Único — um total de 474 mil, de um saldo geral de 531 mil postos formais.
Além do estímulo ao emprego, o governo também tem ampliado o acesso ao microcrédito por meio do programa Acredita no 1º Passo, voltado para beneficiários do Bolsa Família e inscritos no CadÚnico. Desde seu lançamento, em outubro de 2024, o programa já destinou R$ 3,1 bilhões para mais de 200 mil pessoas, oferecendo crédito de até R$ 21 mil com orientação empreendedora, juros reduzidos e cursos de qualificação profissional. A prioridade é dada a mulheres, pessoas com deficiência, jovens, negros e integrantes de populações tradicionais.
Apostas e vulnerabilidade
Outro ponto abordado por Wellington Dias foi o impacto das apostas online entre a população de baixa renda. Em parceria com o Ministério da Saúde, a pasta tem atuado na identificação e tratamento de dependência em jogos, inclusive entre beneficiários do Bolsa Família. A ação segue decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu o uso de recursos de programas sociais para esse fim.
Segundo levantamento do governo, apenas 3,4% dos beneficiários usaram o cartão do programa em apostas esportivas em 2024. Apesar do percentual baixo, a preocupação é garantir que os recursos sejam usados exclusivamente para o sustento das famílias.
Combate às fraudes
O ministro também destacou o fortalecimento da fiscalização no programa com a implementação de um novo sistema de cruzamento de dados capaz de analisar até 1,6 petabyte de informações. A ferramenta, segundo o ministro, permitiu a identificação de fraudes e a reintegração de pessoas que estavam fora do programa por falhas no sistema.
“Trouxemos 5,3 milhões de pessoas que estavam passando fome e tinham direito ao benefício, mas também cancelamos 4,1 milhões de cadastros por irregularidades comprovadas”, afirmou.
Em março, o governo publicou um decreto que determina a obrigatoriedade de visita domiciliar para inscrição ou atualização de famílias unipessoais, aquelas compostas por apenas uma pessoa, interessadas no Bolsa Família ou no Auxílio Gás. Quem não cumprir a regra ficará impedido de acessar os programas.
“Quem tem direito está assegurado. Vai ter o Bolsa Família, o BPC, todos os benefícios. Aqui não faltarão recursos. Mas, se tem fraude, não temos tolerância”, finalizou Wellington Dias.
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