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14 de Novembro de 2024, 07h:44 - A | A

DISTRITO FEDERAL / PRAÇA DOS 3 PODERES

"Terrorista" escolheu dia 13, anunciou nas redes sociais e cometeu crime vestido de "Coringa"

A explosão foi ouvida durante uma entrevista coletiva da deputada federal Erika Hilton, no Palácio do Planalto, no início da noite dessa quarta-feira (13)

REDAÇÃO G5



Por volta das 19h30 dessa quarta-feira (13) duas explosões ocorrem nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) e resultou na morte de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, responsável pelo ataque. A área foi rapidamente isolada pelas forças de segurança, incluindo o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, a Polícia Federal e a Polícia Legislativa.

Segundo as autoridades, Francisco estacionou seu carro próximo ao anexo da Câmara dos Deputados, onde detonou explosivos, e tentou se aproximar do STF na noite de quarta-feira, sem sucesso. Em um confronto com seguranças, lançou dois a três artefatos explosivos, advertindo para que não se aproximassem.

A explosão foi ouvida durante uma entrevista coletiva da deputada federal Erika Hilton no Palácio do Planalto. Inicialmente, a gravidade do incidente não era clara, mas a rápida chegada das forças de segurança e a movimentação de populares confirmaram a seriedade do evento. Em resposta imediata, o prédio do STF foi evacuado.

Natural de Rio do Sul, em Santa Catarina, Francisco era chaveiro e ficou conhecido como “Tiu França”.

Em 2020, ele se candidatou a vereador pelo PL, mas não foi eleito, obtendo apenas 98 votos. Francisco mantinha uma presença ativa nas redes sociais, onde compartilhava teorias conspiratórias e fazia postagens de cunho político e religioso.

Nas redes sociais, Francisco divulgava teorias conspiratórias populares na extrema-direita, como o QAnon, e expressava temores sobre uma suposta transformação socialista do Brasil e frequentemente usava uma retórica anticomunista. Em uma publicação recente, mencionou o dia 15 de novembro, data da Proclamação da República, sugerindo que essa data seria “especial para iniciar uma revolução”.

Nas redes sociais, ele publicava críticas frequentes ao STF, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.

Antes das explosões, Francisco publicou diversas mensagens ameaçadoras, incluindo referências a “bombas” e “explosões”, dirigidas à Polícia Federal e ao STF. Ele afirmou que a Polícia Federal teria “72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas”, usando emojis e uma linguagem simbólica para sugerir ataques.

Suas mensagens também mencionavam temas religiosos, e ele afirmava não ser “terrorista”, em um tom de ironia. Em uma postagem, ele comentou: “Quando o grito da voz ecoa nos paredões trapezoidais e se perde no espaço; o efeito explosivo pode atingir esquinas, vielas, nações e comarcas!!!”

Ele também compartilhou uma foto sua no plenário do STF, escrevendo: “Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro)”, em tom de crítica à segurança do tribunal. Em outro post, fez referência a “foguetinhos para comemorar o dia 13”, insinuando que o ataque foi planejado para ser um ato simbólico.

Testemunhas relataram que Francisco vestia roupas que lembravam o personagem Coringa, com um terno decorado com naipes de cartas e um chapéu branco ao lado do corpo. Ele se deitou com um explosivo próximo à cabeça e acionou o artefato, o que resultou em sua morte.

Em nota, o STF disse:

Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF.

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