REDAÇÃO G5
A estiagem severa que atinge o Acre levou os municípios de Feijó, Epitaciolândia e Bujari a decretarem estado de emergência nesta semana. A medida visa combater os efeitos da seca extrema nos rios e igarapés da região, que já afetam o abastecimento de água e ameaçam o isolamento de comunidades ribeirinhas e indígenas.
Esta situação crítica se soma ao estado de emergência decretado pelo governo estadual em 11 de junho, devido à falta de chuvas e ao risco de incêndios florestais. O cenário se agravou com a publicação de um decreto de emergência em Rio Branco, no dia 28 de junho, motivado pelo baixo nível do Rio Acre.
Impactos
Os decretos municipais destacam a redução drástica dos níveis dos principais rios da região, como o Acre, Purus, Juruá, Tarauacá, Envira e Iaco. A previsão de poucas chuvas nos próximos 90 dias agrava ainda mais o problema.
Em Bujari, a seca já secou poços artesianos e igarapés, obrigando o fornecimento de água potável para diversas comunidades. A cidade, que enfrentou uma grave crise hídrica em 2017, teme reviver o problema.
Em Feijó, a preocupação é com o isolamento de ribeirinhos e indígenas devido à falta de navegabilidade dos rios, o que dificulta o acesso a alimentos e insumos básicos.
Epitaciolândia, por sua vez, sofre com o desabastecimento de água que atinge 18 mil moradores e órgãos públicos. A cidade, que enfrentou uma grande cheia no início do ano, agora luta contra a seca.
Seca Antecipada e Mudanças Climáticas
A situação do Rio Acre é emblemática da crise hídrica. Após atingir a segunda maior cota histórica em uma enchente devastadora, o rio agora apresenta níveis alarmantes, abaixo de 4 metros desde abril. Especialistas alertam para a possibilidade de secas cada vez mais frequentes e intensas em um curto espaço de tempo, o que pode ser um reflexo das mudanças climáticas.
Diante desse cenário preocupante, o governo do Acre criou um gabinete de crise para coordenar ações de combate à seca e aos incêndios florestais. O plano estadual de contingência já está em andamento, com a Defesa Civil em alerta para atender às necessidades da população afetada.
Um futuro incerto
A seca extrema no Acre levanta questões sobre a capacidade de adaptação da região às mudanças climáticas. A necessidade de investimentos em infraestrutura hídrica e medidas de prevenção de desastres se torna cada vez mais urgente. Enquanto isso, a população local sofre com os impactos da falta de água, enfrentando um futuro incerto e desafiador.